segunda-feira, 19 de maio de 2014

Entrevista do autor Léo Gerchmann na Sportv


     Na última sexta-feira, 17 de maio o autor do lviro Coligay: tricolor e de todas as cores esteve no programa Redação Sportv falando sobre o livro, acesse os links e assista a entrevista!


 http://sportv.globo.com/videos/redacao-sportv/t/ultimos/v/autor-do-livro-coligay-leo-gerchmann-diz-que-e-hora-de-debater-formas-de-preconceito/3349848/

Redação Sportv

16/05/2014 15h58 - Atualizado em 16/05/2014 17h01

Livro conta a história da primeira torcida organizada gay do Brasil
"Coligay", do gaúcho Léo Gerchmann, revela os detalhes da trajetória de torcedores do Grêmio que venceram o preconceito entre 1977 e 83

Considerada a primeira torcida organizada gay do Brasil, a Coligay, do Grêmio, é retratada no livro de mesmo nome do escritor gaúcho Léo Gerchmann, lançado nesta semana. Existente por seis anos, entre 1977 e 1983, o grupo de tricolores formado por homossexuais escreveu uma página importante na história do clube e ajudou a revelar a diversidade que compõe sua torcida, segundo o autor. Em participação no "Redação SporTV", Gerchmann, que é heterossexual, disse que o momento atual é o ideal para se discutir o preconceito no esporte.

- É a história mais importante de diversidade do futebol brasileiro. Acho que é um bom momento para se discutir homofobia e racismo. É uma coisa pouco explorada até agora - disse.

Gerchmann conta que, ao entregar convites para o lançamento do livro à diretoria do Grêmio, foi elogiado pelo vice-presidente de marketing, Beto Carvalho. Segundo ele, o dirigente disse que a publicação ajuda a mostrar que a torcida é plural.

- Estou muito orgulhoso de que 95% das pessoas elogiam, sendo 5% de grosseria. Não vejo como uma polêmica. Se a pessoa tem uma orientação sexual diferente, que seja feliz. Eu estava um pouco temeroso, porque tem aquela reação da torcida homofóbica - disse.

A Coligay foi fundada pelo agitador cultural Volmar Santos, que era proprietário da boate gay Coliseu, localizada a dois quilômetros do Olímpico. Os integrantes costumavam se dividir entre o estádio e a casa noturna. Em 1983, no entanto, Volmar foi obrigado a retornar a Passo Fundo, sua cidade de origem, o que fez com que a torcida acabasse.

Segundo Gerchmann, a Coligay enfrentou resistência por parte de outros torcedores no início, como os organizados da Eurico Lara, facção do Grêmio que homenageia o goleiro que fez história no clube. O escritor lembra, porém, que jogadores e diretores passaram a compreender o papel dos homossexuais nas arquibancadas. Hélio Dourado, presidente do clube à época, sempre se mostrou positivo em relação a eles. O ex-atacante Tarcísio, por exemplo, tinha seu nome gritado pelos integrantes da torcida quando balançava a rede.

Gerchmann conta que a Coligay inspirou a criação de torcidas do tipo em outras cidades, como a Flagay no Rio de Janeiro. Os integrantes da organizada rubro-negra, no entanto, acabaram vítimas do preconceito. O escritor lembra que a estreia do grupo acabou sendo apontada como causa da derrota por 3 a 0 para o Flumiense, em 1979.

- O Flamengo tinha um baita time e levou 3 x 0 do Fluminense, com o Zico perdendo o pênalti. O Márcio Braga disse que a culpa era da Flagay - disse.

Matéria publicada originalmente no site da Sportv: http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2014/05/livro-conta-historia-da-primeira-torcida-organizada-gay-do-brasil.html

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