Na última sexta-feira, 17 de maio o autor do lviro Coligay: tricolor e de todas as cores esteve no programa Redação Sportv falando sobre o livro, acesse os links e assista a entrevista!
http://sportv.globo.com/videos/redacao-sportv/t/ultimos/v/autor-do-livro-coligay-leo-gerchmann-diz-que-e-hora-de-debater-formas-de-preconceito/3349848/
Redação Sportv
16/05/2014 15h58 - Atualizado em 16/05/2014 17h01
Livro conta a história da primeira torcida organizada gay do
Brasil
"Coligay", do gaúcho Léo Gerchmann, revela os
detalhes da trajetória de torcedores do Grêmio que venceram o preconceito entre
1977 e 83
Considerada a primeira torcida organizada gay do Brasil, a
Coligay, do Grêmio, é retratada no livro de mesmo nome do escritor gaúcho Léo
Gerchmann, lançado nesta semana. Existente por seis anos, entre 1977 e 1983, o
grupo de tricolores formado por homossexuais escreveu uma página importante na
história do clube e ajudou a revelar a diversidade que compõe sua torcida,
segundo o autor. Em participação no "Redação
SporTV", Gerchmann, que é heterossexual, disse que o momento atual é o
ideal para se discutir o preconceito no esporte.
- É a história mais importante de diversidade do futebol
brasileiro. Acho que é um bom momento para se discutir homofobia e racismo. É
uma coisa pouco explorada até agora - disse.
Gerchmann conta que, ao entregar convites para o lançamento
do livro à diretoria do Grêmio, foi elogiado pelo vice-presidente de marketing,
Beto Carvalho. Segundo ele, o dirigente disse que a publicação ajuda a mostrar
que a torcida é plural.
- Estou muito orgulhoso de que 95% das pessoas elogiam,
sendo 5% de grosseria. Não vejo como uma polêmica. Se a pessoa tem uma
orientação sexual diferente, que seja feliz. Eu estava um pouco temeroso,
porque tem aquela reação da torcida homofóbica - disse.
A Coligay foi fundada pelo agitador cultural Volmar Santos,
que era proprietário da boate gay Coliseu, localizada a dois quilômetros do
Olímpico. Os integrantes costumavam se dividir entre o estádio e a casa
noturna. Em 1983, no entanto, Volmar foi obrigado a retornar a Passo Fundo, sua
cidade de origem, o que fez com que a torcida acabasse.
Segundo Gerchmann, a Coligay enfrentou resistência por parte
de outros torcedores no início, como os organizados da Eurico Lara, facção do
Grêmio que homenageia o goleiro que fez história no clube. O escritor lembra,
porém, que jogadores e diretores passaram a compreender o papel dos
homossexuais nas arquibancadas. Hélio Dourado, presidente do clube à época,
sempre se mostrou positivo em relação a eles. O ex-atacante Tarcísio, por
exemplo, tinha seu nome gritado pelos integrantes da torcida quando balançava a
rede.
Gerchmann conta que a Coligay inspirou a criação de torcidas
do tipo em outras cidades, como a Flagay no Rio de Janeiro. Os integrantes da
organizada rubro-negra, no entanto, acabaram vítimas do preconceito. O escritor
lembra que a estreia do grupo acabou sendo apontada como causa da derrota por 3 a 0 para o Flumiense, em
1979.
- O Flamengo tinha um baita time e levou 3 x 0 do
Fluminense, com o Zico perdendo o pênalti. O Márcio Braga disse que a culpa era
da Flagay - disse.
Matéria publicada originalmente no site da Sportv: http://sportv.globo.com/site/programas/redacao-sportv/noticia/2014/05/livro-conta-historia-da-primeira-torcida-organizada-gay-do-brasil.html
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